Existe uma fadiga do gênero (infelizmente).
A Marvel vem
lançando filmes de super-heróis há anos. O que começou como uma tentativa de
levar seus personagens para as telonas ganhou força após o sucesso de Homem-Aranha
(2002), mostrando ao mundo que filmes de heróis poderiam ser uma diversão para
toda a família. Esse cenário se consolidou com Homem de Ferro (2008), que ficou bem no gosto do público.
Desde então, tivemos uma variedade de produções: alguns filmes excelentes, outros mais medianos, mas sempre proporcionando entretenimento. No entanto, com o fim da Saga do Infinito, uma nova leva de filmes chegou, trazendo também muitas decepções. Entre séries e novas produções cinematográficas, entramos agora em mais uma fase do MCU, na qual está incluído o recém-lançado Capitão América: Admirável Mundo Novo.
Com um elenco de peso, incluindo o lendário Harrison Ford e Giancarlo Esposito, o filme tenta resgatar a essência do que fez a Marvel brilhar em 2008. Afinal, após uma fase repleta de filmes inconsistentes, será que a franquia conseguiu se reerguer? É isso que discutirei nesta resenha, sem spoilers.
Em Capitão América: Admirável Mundo Novo, Sam Wilson, o novo Capitão América, se vê no centro de um incidente internacional. Ao lado do presidente Thaddeus Ross, ele precisa impedir que uma conspiração global desencadeie uma catástrofe. Para isso, une forças com antigos amigos e novos aliados, enfrentando ameaças poderosas para proteger o futuro do mundo livre.
Assisti à série Falcão e o Soldado Invernal (2021) e, na minha opinião, ela funciona melhor do que este filme. Aqui, temos diversas ideias jogadas na tela sem a profundidade ou o desenvolvimento necessário para cativar o público. Além disso, a montagem do filme é problemática, com uma edição cortada abruptamente, prejudicando a fluidez da narrativa. Há informações de que o longa passou por refilmagens, e essa sensação de remendo é perceptível.
Muitos personagens entram e saem de cena sem justificativa. Um exemplo é o personagem de Giancarlo Esposito, Sidewinder, que além de ter cenas mal dirigidas, é extremamente mal aproveitado. O roteiro não sabe o que fazer com ele, resultando em aparições desconexas e constrangedoras. O mesmo ocorre com Shira Haas, que interpreta Ruth Bat-Seraph. Apesar da boa atuação da atriz, sua personagem acaba sendo desperdiçada.
No entanto, nem tudo é ruim. Há boas cenas de ação e perseguição que, em alguns momentos, fazem lembrar os tempos áureos da Marvel. Vale destacar o trabalho de Anthony Mackie, que carrega o filme nas costas, entregando um Capitão América cativante e intrigante, capaz de fazer o público torcer por ele.
No terceiro ato, há uma sequência particularmente divertida e repleta de tensão, mas que infelizmente é prejudicada por efeitos visuais fracos. Sim, estamos em 2025 e a Marvel ainda insiste em entregar CGI de qualidade duvidosa. Por outro lado, Harrison Ford aparenta ter se divertido no papel e sua química com Mackie funciona bem na tela.
Em resumo, Capitão
América: Admirável Mundo Novo é um filme com boas intenções, mas com uma
execução problemática. Apesar de algumas cenas empolgantes e do carisma de
Mackie, a edição confusa, o roteiro fraco e o desperdício de personagens
impedem que o longa alcance o brilho dos melhores momentos do MCU.
Nota: 6.0
“Capitão América: Admirável Mundo Novo é a personificação da fadiga da Marvel. O filme é uma bagunça sem graça e arrastada. Existem cenas legais, mas é desajeitado e bobo. Embora seja superior a outros filmes anteriores, está longe de ser uma obra-prima.”
Sinopse
Sam Wilson, o novo Capitão América, se vê no centro de um
incidente internacional e precisa desvendar a verdade por trás de um plano
global nefasto.
Trailer